segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

VI Congresso Brasileiro de Pesquisadores(as) Negros(as)

VI CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISADORES(AS) NEGROS(AS)

“AFRO-DIÁSPORA, SABERES PÓS-COLONIAIS, PODERES E MOVIMENTOS SOCIAIS”

26 a 29 JULHO de 2010


VI COPENE

O VI Congresso Brasileiro de Pesquisadores(as) Negros(as) debaterá sobre “Afrodiáspora: saberes pós-coloniais, poderes e movimentos sociais”, a fim de apresentar e discutir os processos de produção/difusão de conhecimentos intrinsecamente ligados às lutas históricas empreendidas pela populações negras nas Diásporas Africanas, nos espaços de religiosidades, nos quilombos, nos movimentos negros organizados, na imprensa, nas artes e na literatura, nas escolas e universidades, nas organizações não-governamentais, nas empresas e nas diversas esferas estatais, que resistem, reivindicam e propõem alternativas políticas e sociais que atendam às necessidades das populações negras, visando a constituição material dos direitos.

Difundir e debater os saberes produzidos por negros(as) no Brasil implica no esforço de identificar no cenário sociocultural brasileiro, conhecimentos, manifestações e formas de pensar/estar no mundo, concepções, linguagens e pressupostos não hegemônicos, construídas pela multiplicidade de sujeitos que constituem as populações negras, focalizando essa população como produtora de conhecimentos científicos, técnicos e artísticos.

Essa temática também propõe uma reconfiguração dos quadros da memória, no que tange a experiência histórica da população negra no Brasil, que respeite a presença da ancestralidade e tradições africanas, mas, ao mesmo tempo, considere as composições, traduções e recriações realizadas nos movimentos da diáspora.

A escolha dessa temática para orientar os debates e proposições do VI Congresso Brasileiro de Pesquisadores(as) Negros(as), leva em consideração a atual conjuntura brasileira, quando os segmentos negros organizados reivindicam e acentuam o incremento de mecanismos jurídicos-políticos de constituição material de direitos, tais como: a Lei n.º 10.6391 e suas Diretrizes Curriculares, a implementação de Políticas de Ações Afirmativas, a luta pela aprovação do Estatuto da Igualdade Racial e do Projeto de Cotas para Negros nas Universidades pelo Congresso Nacional, o que tem implicado na exigência e na urgência de ampliar o campo de discussão e produção de conhecimentos sobre as populações negras.

Em suma, traremos à tona estudos e debates sobre a realidade das populações negras, principalmente as questões ligadas ao racismo, às reconstruções culturais diaspóricas, às resistências e (re)existências negras. A disseminação de conhecimentos e o debate sobre tais questões, a busca de alternativas que possibilitem a equidade social, farão parte dos trabalhos de intelectuais negros e negras no VI Congresso Brasileiro de Pesquisadores(as) Negros(as).

Estimamos que sejam beneficiados(as) diretamente pelo VI COPENE cerca de 2000 participantes, de todas as Unidades da Federação e do exterior. Além disso, espera-se que na realização deste congresso, assim como nas edições anteriores, tenhamos um crescimento quantitativo e qualitativo da produção científica.


Fonte: http://www.abpn.org.br/copene/

terça-feira, 15 de setembro de 2009





8 de Setembro de 2009 - 20h31 - Última modificação em 8 de Setembro de 2009 - 20h31

Quilombolas ocupam sede do Incra no Rio de Janeiro

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil


Brasília - Um grupo de quilombolas ocupou hoje (8) a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Rio de Janeiro em protesto contra a demora nos processos de titulação dos territórios remanescentes de quilombos no estado.

A ocupação começou no meio da tarde e não há previsão para que os cerca de 50 manifestantes deixem o local, de acordo com o presidente da Associação das Comunidades Quilombolas do Rio de Janeiro, Ronaldo dos Santos. “Vamos ficar aqui por tempo indeterminado.”

Segundo Santos, o estado tem 31 comunidades identificadas, mas apenas uma teve a titulação concluída, há dez anos. “O Rio é um dos estados onde o atual governo não fez nenhuma titulação até hoje. Há inclusive três processos na etapa final, mas que não andam”, afirmou.

Os quilombolas alegam excesso de burocracia e falta de quadro técnico no Incra para dar andamento aos processos.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Estatuto da Igualdade Racial é aprovado por unanimidade por comissão da Câmara
09/09/2009 - 18:31


Em sessão histórica finalizada com aplausos e em clima de festa, o Estatuto da Igualdade Racial (PL 6264/2005, do Senado) foi aprovado por unanimidade na tarde desta quarta-feira (9 de setembro) pela Comissão Especial da Câmara criada para debater o tema. “A aprovação foi um grande avanço. Por meio dele, o Estado fica obrigado a agir em relação às desigualdades existentes no país. É uma lei que vai unir a sociedade e gerar vários benefícios para populações historicamente excluídas”, avalia o ministro da Igualdade Racial, Edson Santos.



Por meio de um acordo costurado pelo ministro e lideranças do Congresso, o projeto não precisará passar pelo Plenário da Câmara. Ele volta para a Casa originária: o Senado Federal. A expectativa do ministro é que a aprovação final da proposta ocorra até 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. “Lá no Senado não vamos apresentar recurso ao Plenário. A partir de hoje o DEM apoia e defende o Estatuto”, disse o deputado Onyx Lorenzoni (DEM/RS), representante do partido que mais fez oposição ao projeto.



Comemoração – Entre os participantes da sessão que durou menos de duas horas e foi comemorada pelos deputados, também estava o senador Paulo Paim (PT/RS), autor do projeto original do Estatuto. Representantes do movimento negro também festejaram. “Sem sombra de dúvida foi um grande avanço para nós, ativistas”, disse a presidente do Conselho de Comunidade Negra de São Paulo, Elisa Lucas Rodrigues.



Para o coordenador-geral da União de Negros pela Igualdade (Unegro), Edson França, a decisão “reafirma a vanguarda do Brasil no ordenamento jurídico para a promoção da igualdade racial”. Na opinião do representante da entidade Agentes Pastoral dos Negros (APNs), Nuno Coelho, foi um golaço do ministro, que conseguiu aproximar o movimento social, o Parlamento e o governo em prol do Estatuto. A secretária nacional de combate ao racismo do PT, Cida Abreu, considerou a aprovação o reconhecimento da história de luta do movimento negro brasileiro.



"As dificuldades enfrentadas pela comunidade negra ainda são muito latentes. O que se conseguiu foi um acordo para que as elites não perdessem os dedos, mas deixassem os aneis. Mesmo assim, o negro está em festa, é uma data histórica”, afirmou Eduardo de Oliveira. O representante do Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen) resumiu a aprovação como uma grande vitória da luta negra. "Espero que, no Senado, tudo ocorra com a mesma tranquilidade", concluiu.



Algumas frases dos parlamentares



Carlos Santana (PT/RJ), presidente da Comissão – “Eu considero o momento de festa e de muita esperança para o nosso povo negro. Parabéns!”



Leonardo Quintão (PMDB/MG) - "Hoje nós iremos iniciar a história do Brasil para pagarmos os 121 que ficaram para trás (desde a escravidão) e avançarmos.”



Márcio Marinho (PR/BA) - “Hoje é um dia de felicidade porque conseguimos aprovar este Estatuto que é uma porta para várias conquistas.”



Janete Rocha Pietá (PT/SP), 3ª vice-presidente da Comissão - “Este é um processo de luta dos nossos ancestrais. Queremos elogiar as políticas públicas que este Estatuto ampliará.”



João Almeida (PSDB/BA) – “O Estatuto é uma norma que o Parlamento está devendo para a sociedade brasileira. Induz a uma política afirmativa.”



Raul Jungmann (PPS/PE) – “Vamos votar rápido para que gente não perca hora. ‘Quem sabe faz a hora não espera acontecer."



Comunicação Social da SEPPIR /PR

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Educação combate preconceito

Juíza negra americana diz que educação combate preconceito
por Carlos Nobre















Vicki Miles Lagrange - Foto por Carlos H. Kulps
Igual aos pais de Michelle Obama - primeira dama dos Estados Unidos - que disseram que ela podia tudo se estudasse, Vicki Miles Lagrange, 56 anos, nunca esqueceu uma lição de casa: estudando você vai longe, alertaram seus pais, que eram professores. Hoje, aos 56 anos, Vicki é um exemplo de superação dos obstáculos raciais: ela é a primeira juíza federal negra de Oklahoma, nos Estados Unidos, nomeada pelo ex-presidente Bill Clinton, em 1994. Por este estado, também se tornou na primeira senadora negra estadual (1986-1993), derrotando um adversário com estava há 22 anos no cargo


















Familia Obama - Divulgação
Educada em escolas negras sofisticadas (ensino médio no Vassar College e superior na University of Howard), ela esteve no Rio de Janeiro, em fins de junho, para participar de um congresso internacional de pedofilia e pornografia infantil, no Ministério Público Estadual, onde trocou experiências no combate a estes crimes com magistrados e promotores públicos brasileiros. Num intervalo do congresso, ela deu uma entrevista exclusiva para o Questões Negras a respeito de sua carreira, família e das relações raciais no maior nação do planeta.

Segundo Vicki, o racismo em geral tende ficar amenizado quando os negros e brancos adquirem mais educação e conhecimento, possibilitando entendimentos mais racionalizados. "Meus pais eram educadores e sempre diziam para mim e minha irmã como a educação era importante para quebrar as barreiras raciais e sociais", contou.

A juíza salientou que as décadas de 1950/1960/1970 foram anos da desobediência civil nos Estados devido à falta de privilégios de cidadania entre os grupos minoritários, que passaram a organizar manifestações nas ruas. Em visto disso, revelou, surgiram leis beneficiando estes grupos.

"Mas hoje, esta havendo o contrário. Esta havendo a discriminação invertida: são pessoas que estão contestando estas políticas compensatórias na justiça", explicou.

Ela é membro do American Bar Foundation (Organização dos Advogados dos Estados Unidos) e serve na Comissão de Oportunidades para Minorias da ABA (Organização dos Advogados Negros dos EUA). Atua também na Comissão de Oportunidades para Minorias na Advocacia da ABA e na Associação de Advogados Negros de Oklahoma, estado vizinho ao Texas, que, segundo ela, tem um perfil mais rural.

Leia trechos de sua entrevista para o jornal do Questões Negras:













Vicki Miles Lagrange - Foto por Carlos H. Kulps



Brasil


Eu estou no Brasil por causa de um congresso internacional de combate a pedofilia e a pornografia infantil, que vem crescendo em todo o mundo. Este congresso acontecerá também nas cidades Brasília, São Paulo e Recife. Vamos discutir casos de pedofilia e abuso infantil. Eu ouvi falar que este problema também é grande no Brasil. Por isso, estou muito interessada neste congresso. Quero saber como o Brasil está lidando com este problema.

Escolas segregadas

Eu nasci, em Oklahoma, que é um estado central, perto do Texas, um estado pequeno, agrário, rural. Meus pais eram professores de escolas públicas. Meus pais chegaram a concluir o mestrado nos anos 1950. Quando se aposentou, meu pai foi orientador de escola. Naquela época, as escolas eram muito segregadas. Houve, neste sentido, políticas de integração nas escolas públicas. No entanto, as melhores escolas eram as privadas. Meus pais resolveram me colocar na privada, pois, como professores, valorizavam a educação. Eles podiam pagar, mas não eram ricos. Na época, eu me lembro, um médico negro, entrou na justiça para quebrar a segregação, e venceu. As crianças negras e brancas passaram a estudar na mesma escola. No entanto, as melhores escolas eram privadas. Como todos queriam bom ensino para seus filhos, começou a florescer as escolas privadas, sem segregação, entre 1967-1968, época de grandes manifestações antiracistas nos Estados Unidos.

Escolha da carreira

Não fui eu, a carreira é que me escolheu... Foi nomeada juiz federal pelo presidente Bill Clinton em 1994.

Conselho dos pais

Meus pais diziam: se você estudar, terá uma vida diferente, pois, poderá ser alguma coisa na vida. Não mais dependerá dos outros, nunca vai passar fome, poderá ter ambições mais fortes, e buscar outros valores de vida. Naquela época, pelos padrões de hoje, eu diria que meus pais eram pobres. Mas eu e minha irmã não nos sentíamos pobres devido à atenção que nossos pais nos davam. A educação era uma forma de vencer na vida. Minha irmã é contadora, tem mestrado, se tornou sócia de uma empresa de contadoria.

Discriminação

Eu 1964, uma lei norte-americana, proibia a discriminação tendo por base raça, gênero, origem ou nacionalidade no emprego. Se alguém se julgar discriminado no trabalho, em primeiro lugar, deve prestar queixa na Comissão de Oportunidades no Emprego, que analisa o caso. Assim, antes de chegar à justiça, o caso passa por uma avaliação prévia. A lei é bem clara neste aspecto. Também neste ano surgiu uma lei que garantiu o voto igual para todos, independente raça e gênero, foi um grande avanço nas relações de igualdade racial.

Relações raciais

Eu vou ficar feliz se algum dia a questão racial não medir as dimensões do ser humano, que a cor não seja critério de análise e julgamento das pessoas. Acho que a educação possibilita que as pessoas sejam tratadas iguais. As pessoas devem julgadas pelo seu caráter. Mas, acho que houve muito progresso nas relações raciais. Mas temo pelo preconceito. Tenho três filhos e eles não passaram pelo o que eu passei. Eu tenho muita esperança nos Estados Unidos. Temos que respeitar a diferença.

Cotas

Nos anos 50,60 e 70, houve muitos protestos contra o racismo, muita desobediência civil por parte da população que se sentia prejudicada. Os negros, naquele momento, nos EUA, não tinham privilégios de cidadania. Então, muitas leis foram criadas para acalmar a sociedade e reverter a desobediência civil, para responder às reivindicações das ruas. O congresso começou a ouvir voz da população e se falou nas cotas nos empregos públicos. Assim, na época, por exemplo, um cidadão norte-americano podia questionar o fato de uma faculdade de direito não ter negros em seus quadros. Assim, ingressava com um processo na justiça, questionando esta prática.

Discriminação invertida

Hoje, está acontecendo um novo fenômeno nos Estados Unidos em função da permanência das políticas compensatórias. Surgem diariamente muitas organizações que procuram brancos pelas ruas, querendo torná-los seus patronos nas causas. Isto porque acreditam que as políticas compensatórias nos Estados Unidos já foram suficientemente bem empregadas e que chegou a hora de acabar com esta política. Então, há muitos processos contestando as ações compensatórias. Chamamos isso de discriminação invertida.

Os Obama

Ela (Michelle) tem produzido um impacto incrível na sociedade norte-americana como há muito tempo não víamos. Trata-se de uma família jovem, que acredita na juventude, valorizam a família. Assim, a família é um signo importante do governo Obama. Famílias fortes constroem nações fortes. O presidente e a primeira dama foram bem educados, e isso reflete na sociedade norte-americana, passam valores familiares fortes. Tiveram forte formação universitária, Obama, por exemplo, chegou a ser editor da prestigiada revista de Direito de Harvard (universidade), cargo ultracobiçado. E poucos conseguem obter. Ele não foi eleito com voto negro, o negro é minoria nos Estados Unidos. Foi eleito pela nação norte-americana, foi eleito pela nação como um todo, uma das maiores votações da história nos EUA. Exprimiu assim uma grande liderança.

Suprema corte

Ele recebe os processos e seleciona alguns que vão ter impacto mais amplo na sociedade.

Ser juíza da suprema corte

Gosto de estar onde estou. Não vejo isso como meta. Gosto de ser juíza federal. Me estimula ser juíza federal.

Senadora

Sim, já ingressei na política. Em 1986/1993, foi senadora estadual pelo estado de Oklahoma. Venci no voto um adversário que estava há 22 anos no cargo. Fui, no meu estado, a primeira mulher negra a ser eleita senadora, e primeira juíza negra federal também do meu estado. Em vista disso, o senador David Boren, reitor da Universidade de Oklahoma, me indicou para o presidente Bill Clinton para ser procuradora federal. Fui também a primeira procuradora federal negra. Também o presidente Clinton me nomeou para integrante (cargo vitalício) do Conselho Federal dos Procuradores.

Estudos

Estudei em Nova Iorque, numa universidade para mulheres negras, a Vassar College. Trata-se de um pré curso antes de ingressar no curso superior. Me formei lá em Ciências Políticas e Estudos Afrodescendentes. Depois, ingressei no curso de Direito de Universidade de Howard, em Washington, também negra. Estudei lá porque o juiz Marshall, o primeiro juiz negro da Suprema Corte, também estudou lá...Me inspirei nele. Depois, foi para Houston, no Texas. Lá, fui assessora especial de juiz federal, dava pareceres acadêmicos sobre leis. Depois de dois anos em Houston, me tornei procuradora do Departamento de Justiça, onde fazia estagio na área civil e criminal.

Atuação

Nos anos 1970, foi a promotora de um caso sobre a reorganização de grupos nazistas nos Estados Unidos. Na época, essas pessoas eram muito velhas, muitas já devem te morrido. O caso chamou atenção da mídia. Trabalhei também no escritório federal de investigações especiais para analisar grampos com objetivo investigatório, isso é, os grampos permitidos por lei através do procurador geral de Justiça. Também trabalhei no Ministério Público estadual, foi procuradora de crimes sexuais durante quatro anos. Deixei o cargo para participar da campanha para o senado estadual de Oklahoma. No senado, fui presidente da Comissão de Justiça por cinco anos. Nesta época, um senador me indicou para ser Procuradora Geral. Nos EUA, existem 94 Ministérios Públicos Federais. Para ser procuradora federal, passei por uma extensa sabatina no senado e o FBI investigou minha vida de ponta a ponta.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Conferência Livre de Segurança Pública e População Negra de BH

Percebendo a necessidade de uma maior participação da população negra nas Conferências de Segurança Pública, a Dikota Djanganga levou até a COMACON (Coordenadoria Municipal de Assuntos da Comunidade Negra) de Belo Horizonte, esta realidade.
Articulando os movimentos negros da cidade, convidaram e criaram uma comissão para promover a Conferência Livre de Segurança Pública com a População Negra de BH, para que na mesma seja tiradas reinvindicações que serão encaminhadas para a Conferêcia Nacional.
O CEN-MG (Coletivo de Entidades Negras) e os APNs - Agentes de Pastoral Negros - Quilombo de Belo Horizonte, estão juntos desde a primeira reunião de preparação, juntamente com o apoio da COMACON e participação de outras entidades do movimento negro como a Associação de Umbanda e Candomblé de MG, CONEN (Coordenação de Entidades Negras) e o TNA (Teatro Negro e Atitude).

Pesquisas nos mostram uma realidade preocupante e amedrontadora. A violência tem crescido e os nossos municípios estão com o Indíce de Homicídios na Adolescência (IHA) com uma porcentagem alarmante, de acordo com pesquisa feita pelo Laboratório de Análise da Violência da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), em parceria com o UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e com o Observatório de Favelas, apresentado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos. (Fabiana Uchinaka - Do UOL Notícias - Em São Paulo - Atualizada às 14h28 - 21/07/2009).

O estudo traz ainda dados por sexo e raça e revela que a chance de um jovem morrer por causas violentas é quase 12 vezes maior do que a de uma menina da mesma idade.
Já a probabilidade de um garoto negro ser assassinado é 2,6 vezes maior de que a de um branco. Em Rio Verde, em Goiás, essa probabilidade aumenta 40 vezes.
Segundo Rachel Willadino, esse perfil tem se repetido em diferentes estudos sobre violência. "São sempre os homens e os negros, moradores de favelas e periferia, as principais vítimas", enfatiza. "Mas as causas são plurais e resultam de dinâmicas diversas: mortes por brigas banais, por ação policial, por grupos de milícias, por grupos de extermínio, por envolvimento com o tráfico de drogas e também por conta da desigualdade social no nosso território. No caso das meninas, também há morte por exploração sexuais", completa.

Por estas e outras razões convidamos a todos e todas a se unirem conosco nesta caminhada em busca da igualdade e melhoria para nossa sociedade.

A Conferência Livre de Segurança Pública com a População Negra de BH acontece no dia 30 de julho de 2009, das 18h às 21:45h na rua Curitiba, 786 - 2º andar (CUT_MG) Centro de Belo Horizonte.

Estaremos trabalhando com três eixos do Texto Base da CONSEG:
  • eixo 4: Repressão Qualificada da Criminalidade.
  • eixo 5: Prevenção social do crime e das violências e construção da cultura de paz.
  • eixo 7: Diretrizes para o Sistema de Prevenção, Atendimentos emergenciais e Acidentes.

Para cada eixo/GT (Grupo de Trabalho) haverá 25 inscrições. Venha participar desta luta, traga documento de identidade para sua inscrição no GT.

"Um dia meus filhos viverão numa nação onde não serão julgados pela cor de sua pele, mas sim pelo conteúdo de seu caráter." Martin Luther King

Jefferson Cristiano Gomes-Coordenação APNs Quilombo BH

sexta-feira, 10 de julho de 2009

APNs Participam do CONENC

Foi aberto na quarta-feira, 8, iní­cio em São Luí­s, no estado do Maranhão, o 6º Congresso das Entidades Negras Católicas (CONENC).
O encontro, que prossegue até amanhã, 11, reuni cerca de 200 pessoas entre membros da Pastoral Afro; GRENI; Formandos Negros; IMA e APNs.

O Congresso refletindo a caminhada da Pastoral Afro no Brasil com base nos documentos de Medelle­n de 1968 e de Aparecida, 2007. Varios temas estão sendo debatidos nestes dias entre eles a questão quilombola, inter-religioso, em uma das mesas o coordenador de formação dos APNs, João Pio, fez uma provocação aos presentes sobre "qual é o rosto negro da Igreja?" apartir desse questionamento os participantes fizeram varias ponderações nos vários grupos.
Outro tema muito refletido na quinta-feira, é a situação da população afrobrasileira em termos sociais e de evangelização. Na manhã desta sexta-feira, após a oração da manhã cordenada pelos regionais da CNBB no Sul do Brasil, as reflexões giraram em torno do diálogo com as religiões de matriz africana.
O encontro que termina amanhã esta sendo enriquecido pelas manifestações culturais da população negra das diferentes regiões do Brasil, sobretudo pelas manifestações do povo maranhense que acolhe os delegados do encontro, com destaque também para um momento de reflexão teológica conduzida pelo presidente responsável pela Pastoral Afro, dom João Alves dos Santos.

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Nuno Coelho
Presidente do Conselho da CONE
Coord. Estadual dos APNs/SP

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Projeto Criança Negra Criança Linda

O projeto Criança Negra, Criança Linda vem sendo realizado pelos APNs desde o ano de 1991. Através dele tem-se procurado responder a um dos principais desafios que se apresenta para os afro-brasileiros: a auto-estima, uma vez que se verifica na sociedade brasileira a desvalorização da imagem e da história do negro. Assim, a opção por um trabalho que atinja as crianças e os adolescentes negros foi definido como prioridade pelos APNs do Quilombo Regional Grande Belo Horizonte, considerando que em bairros periféricos e favelas é onde se concentra a maioria da população negra e pobre.As diversas intervenções do movimento negro no Brasil, revelando a cada dia as mazelas da popu-lação negra e a desigualdade racial reinante na sociedade, vem contribuindo para solapar o mito da democracia racial em nosso país. O trabalho desenvolvido junto as crianças e adolescentes negros representa a possibilidade de atingir de modo mais efetivo essa comunidade. Iniciando o trabalho de conscientização e valorização das crianças e adolescentes tem-se verificado um avanço da auto-estima. Investir na criança significa fazer com que desde cedo ela se valorize, conhecendo e amando sua cultura. Por meio delas é possível atingir também a família, fazendo com que essa se engaje na luta anti-racista.
INTRODUÇÃO
O Projeto Criança Negra Criança Linda é uma proposta de educação alternativa, onde se procura trabalhar a auto-estima das crianças e adolescentes negros e pobres, além de propor atividades que contribuam para o desenvolvimento de suas capacidades físicas, psíquicas, motoras e intelectuais. No trabalho com as crianças e adolescentes procura-se através de variadas oficinas como: dança-afro, teatro, capoeira, música, construção de instrumentos, artesanato, pintura entre outras, resgatar os valores da cultura negra, fazendo com que elas se conscientizem desde cedo sobre o seu valor enquanto pessoa e cidadã.
OBJETIVOS

Geral:

Desenvolver um processo educativo centrado na cultura e na história do povo negro, visando a elevação da auto-estima de crianças e adolescentes negros e a reeducação das relações raciais.

Específicos:

Trabalhar a auto-estima da criança e do adolescente negros;
Levar à criança negra a história e a cultura negra;
Resgatar os valores culturais e religiosos do povo negro;
Ser um espaço para o desenvolvimento de uma luta anti-racismo e reeducação das relações raciais.
Promover um processo educativo centrado nos valores e na tradição ancestral do povo negro, contribuindo para a construção da identidade pessoal e étnico/racial.