terça-feira, 15 de setembro de 2009





8 de Setembro de 2009 - 20h31 - Última modificação em 8 de Setembro de 2009 - 20h31

Quilombolas ocupam sede do Incra no Rio de Janeiro

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil


Brasília - Um grupo de quilombolas ocupou hoje (8) a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Rio de Janeiro em protesto contra a demora nos processos de titulação dos territórios remanescentes de quilombos no estado.

A ocupação começou no meio da tarde e não há previsão para que os cerca de 50 manifestantes deixem o local, de acordo com o presidente da Associação das Comunidades Quilombolas do Rio de Janeiro, Ronaldo dos Santos. “Vamos ficar aqui por tempo indeterminado.”

Segundo Santos, o estado tem 31 comunidades identificadas, mas apenas uma teve a titulação concluída, há dez anos. “O Rio é um dos estados onde o atual governo não fez nenhuma titulação até hoje. Há inclusive três processos na etapa final, mas que não andam”, afirmou.

Os quilombolas alegam excesso de burocracia e falta de quadro técnico no Incra para dar andamento aos processos.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Estatuto da Igualdade Racial é aprovado por unanimidade por comissão da Câmara
09/09/2009 - 18:31


Em sessão histórica finalizada com aplausos e em clima de festa, o Estatuto da Igualdade Racial (PL 6264/2005, do Senado) foi aprovado por unanimidade na tarde desta quarta-feira (9 de setembro) pela Comissão Especial da Câmara criada para debater o tema. “A aprovação foi um grande avanço. Por meio dele, o Estado fica obrigado a agir em relação às desigualdades existentes no país. É uma lei que vai unir a sociedade e gerar vários benefícios para populações historicamente excluídas”, avalia o ministro da Igualdade Racial, Edson Santos.



Por meio de um acordo costurado pelo ministro e lideranças do Congresso, o projeto não precisará passar pelo Plenário da Câmara. Ele volta para a Casa originária: o Senado Federal. A expectativa do ministro é que a aprovação final da proposta ocorra até 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. “Lá no Senado não vamos apresentar recurso ao Plenário. A partir de hoje o DEM apoia e defende o Estatuto”, disse o deputado Onyx Lorenzoni (DEM/RS), representante do partido que mais fez oposição ao projeto.



Comemoração – Entre os participantes da sessão que durou menos de duas horas e foi comemorada pelos deputados, também estava o senador Paulo Paim (PT/RS), autor do projeto original do Estatuto. Representantes do movimento negro também festejaram. “Sem sombra de dúvida foi um grande avanço para nós, ativistas”, disse a presidente do Conselho de Comunidade Negra de São Paulo, Elisa Lucas Rodrigues.



Para o coordenador-geral da União de Negros pela Igualdade (Unegro), Edson França, a decisão “reafirma a vanguarda do Brasil no ordenamento jurídico para a promoção da igualdade racial”. Na opinião do representante da entidade Agentes Pastoral dos Negros (APNs), Nuno Coelho, foi um golaço do ministro, que conseguiu aproximar o movimento social, o Parlamento e o governo em prol do Estatuto. A secretária nacional de combate ao racismo do PT, Cida Abreu, considerou a aprovação o reconhecimento da história de luta do movimento negro brasileiro.



"As dificuldades enfrentadas pela comunidade negra ainda são muito latentes. O que se conseguiu foi um acordo para que as elites não perdessem os dedos, mas deixassem os aneis. Mesmo assim, o negro está em festa, é uma data histórica”, afirmou Eduardo de Oliveira. O representante do Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen) resumiu a aprovação como uma grande vitória da luta negra. "Espero que, no Senado, tudo ocorra com a mesma tranquilidade", concluiu.



Algumas frases dos parlamentares



Carlos Santana (PT/RJ), presidente da Comissão – “Eu considero o momento de festa e de muita esperança para o nosso povo negro. Parabéns!”



Leonardo Quintão (PMDB/MG) - "Hoje nós iremos iniciar a história do Brasil para pagarmos os 121 que ficaram para trás (desde a escravidão) e avançarmos.”



Márcio Marinho (PR/BA) - “Hoje é um dia de felicidade porque conseguimos aprovar este Estatuto que é uma porta para várias conquistas.”



Janete Rocha Pietá (PT/SP), 3ª vice-presidente da Comissão - “Este é um processo de luta dos nossos ancestrais. Queremos elogiar as políticas públicas que este Estatuto ampliará.”



João Almeida (PSDB/BA) – “O Estatuto é uma norma que o Parlamento está devendo para a sociedade brasileira. Induz a uma política afirmativa.”



Raul Jungmann (PPS/PE) – “Vamos votar rápido para que gente não perca hora. ‘Quem sabe faz a hora não espera acontecer."



Comunicação Social da SEPPIR /PR